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A revolução “dazelite”

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Em meio à disputa do Brasileiro, o Clube dos 13, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e as federações estaduais continua em pé de guerra. Agora, Carlos Miguel Aidar, presidente do São Paulo e da entidade que se considera a elite do futebol nacional, declarou que a solução do futebol brasileiro é mais poder aos clubes.

A ideia seria acabar com as federações estaduais e criar a Federação Brasileira de Futebol Profissional, criando um Campeonato Brasileiro com oito meses de duração, entre maio e dezembro, e deixando os estaduais só para os “pequenos”, a partir de 1989.

Os primeiros quatro meses do ano seriam reservados para disputa de uma Copa do Brasil entre todas as equipes das quatro divisões do futebol nacional que seriam criadas. Haveria intervalos ainda com condições para os jogos da seleção brasileira, Taça Libertadores da América e excursões dos clube para o exterior.

Os regionais caberiam a quem não estivesse em uma das quatro divisões nacionais, de fevereiro a dezembro. “Parece-me a melhor solução. Não acabaremos com o estadual, e todos conseguirão jogar”, comentou Aidar.

Atualmente, as federações tentam exatamente o contrário: ganhar mais poder derrubando presidente e vice da CBF: Otávio Pinto Guimarães e Nabi Abi Chedid. Os estaduais duram seis meses para todos os clubes.

A revolta da “ralé”

O presidente do Sport, Homero Lacerda, que se transformou em uma espécie de porta-voz dos excluídos pelo Clube dos 13, classificou a proposta como “elitizante”: “Aidar que criar uma aristocracia dentro do futebol brasileiro. Está esquecido que no Brasil existem quase 500 clubes que disputam nos seus estados os campeonatos de segunda e terceira divisões”.

E defendeu a existência das federações como protetora dos clubes menores. “Temos é que lutar contra o voto unitário (nas eleições das entidades). Da mesma forma, precisamos corrigir as distorções que há no futebol brasileiro, e não ficar sofismando e tentando passar por cima dos outros clubes. Um clube pequeno tem direito de um dia ser grande.”

E a resposta da “coroa”

O vice da CBF, Nabi Abi Chedid, disse que não há amparo legal para a criação da Federação Brasileira de Futebol Profissional e informou que a CBF já tem o esboço do calendário do ano que vem. Segundo ele, prevendo soluções para todas as questões citadas por Aidar.

“O primeiro semestre continuará sendo reservado para os estaduais. Em julho, o período será destinado à seleção. Em agosto, para viagens dos clubes. E o Campeonato Brasileiro ficará com os meses de setembro a dezembro, possivelmente com três divisões. Até o fim do mês, esse estudo deverá estar concluído”, revelou Nabi.

Campo e bola

O Sport se prepara para enfrentar o Vitória, dia 8, pela quarta rodada do segundo turno do grupo D do Brasileiro. O time está na vice-liderança da chave, um ponto atrás do Bangu.

Como venceu o primeiro turno, já tem vaga garantida para jogar as semifinais do módulo amarelo. Se vencer também o segundo turno, leva a vantagem no mata-mata. O outro já classificado às semifinais, via grupo C, é o Atlético-PR.


Mascote Rafa
Rafa (@rafa_de_leao)

Alô, turma da fuzarca! Bem-vindos a 1987. Sou Rafa, jornalista e rubro-negro. Minha missão aqui do passado é relatar em "tempo real", pra vocês que estão 30 anos na frente, a saga do Sport rumo ao título mais comemorado em linha reta da história do futebol. Viverei aqueles seis meses que terminaram em fevereiro de 1988 com Carnaval na Ilha do Retiro e taça das bolinhas na mão. As notícias, fotos e depoimentos são reais e têm como fonte os textos publicados pelo Jornal do Commercio na época. Foram reeditados e serão liberados dia a dia no especial obedecendo as datas das edições como se 87 fosse agora. Acompanhe a cobertura aqui e no twitter @rafa_de_leao. PST!