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Em 3 de abril de 1919, o Jornal do Commercio circulou pela primeira vez nas ruas do Recife. O jovem periódico, instalado no imóvel de número 295 da Rua 15 de Novembro, no bairro de Santo Antônio, no Centro, nasceu no tempo em que a capital pernambucana passava por mudanças.
O Recife se modernizava e o jornal acompanhava o nascimento de uma nova cidade. Caminhando para os 100 anos de vida, a serem celebrados em 2019, o Jornal do Commercio viu o Bairro do Recife perder suas feições coloniais e ressurgir com uma arquitetura eclética, assistiu à abertura da Avenida Boa Viagem e à inauguração do Aeroporto dos Guararapes, registrou a construção dos primeiros arranha-céus, foi testemunha do embelezamento de praças e da elite que passou a ocupar as ruas, antigo território das camadas populares.
Nessas transformações, mesmo sem sair de casa, o JC mudou de endereço quando a Rua 15 de Novembro passou a ser denominada Rua do Imperador Dom Pedro II, agora com o número 346. O jornal que deu seus primeiros passos numa época em que telefone só tinha três dígitos – a redação atendia pelo número 601 – e convida os leitores a fazer um passeio pelo Recife urbano nas páginas a seguir.
Paraíba era grafada com h e y, sucesso se escrevia com duas letras cês, a palavra Espanha começava com H e o verbo afirmar tinha dois efes quando o Jornal do Commercio, fundado por João Pessoa de Queiroz, foi publicado pela primeira vez. A edição de lançamento, toda em preto e branco, tinha apenas um caderno de 12 páginas, sem fotografias, num formato bem diferente das publicações atuais.
O jornal se instala num sobrado colonial, demolido nos anos 1930 para dar lugar a um prédio de estilo art déco, hoje ocupado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PE). Em 2006, o JC se transfere para a Rua da Fundição, bairro de Santo Amaro, na área central do Recife, onde antes havia apenas grandes armazéns para depósitos. Assim como a cidade, o JC também se transforma e continua escrevendo a nossa história.
8 de abril de 2018