Nossa História Olímpica

De braços abertos e com uma expressão facial de um esforço recompensador. Físico e mental. Foi assim que Yane Marques estampou uma das últimas capas do caderno especial do JC sobre os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. Naquele domingo, 12 de agosto, último dia de disputas na Terra da Rainha, uma princesa de Afogados da Ingazeira, no Sertão do Estado, conquistava a medalha de bronze no pentatlo moderno, esporte que se confunde no Brasil com a própria história dessa pernambucana arretada, uma das mais belas páginas da nossa história olímpica.
Após cruzar a linha de chegada no evento combinado – tiro ao alvo e corrida –, surpreendendo até os especialistas da BBC, Yane era só emoção. “É um sonho realizado. Cheguei aqui no auge da minha forma física e esperava brigar por essa medalha. Estou feliz demais”, disse, na época, em entrevista registrada nas páginas do JC.

Yane foi a primeira pernambucana a conquistar uma medalha olímpica individual. Quatro anos depois, nos Jogos do Rio, Yane foi a porta-bandeira da delegação verde-amarelo no desfile de abertura. Na disputa, porém, ela não teve o mesmo desempenho e acabou em 23º lugar.

Yane conquista a medalha de bronze no pentatlo moderno. Foto: John McDougall/AFP.

Voltando a Londres, a história pernambucana também teve tons dourados. A seleção feminina de vôlei subiu no lugar mais alto do pódio. No elenco, as recifenses Dani Lins e Jaqueline (ambas ex-Sport). Na final, a vitória foi contra os EUA, por 3 sets a 1. A seleção conquistava o bicampeonato. Jaqueline foi a maior pontuadora da final, com 18 arremates certeiros.

Ela já havia sido campeã em Pequim-2008, mas a medalha de ouro em Londres teve sabor especial. “No último ataque, ergui as mãos e agradeci a Deus. Sabia de tudo o que tinha passado”, destacou Jaqueline, que antes dos Jogos sofreu uma fratura na coluna cervical, rompeu os ligamentos do joelho e ainda perdeu um bebê que estava esperando.

Se Jaqueline foi bi, o técnico José Roberto Guimarães foi tri. Ele tinha conquistado, com os meninos, o ouro em Barcelona-1992. Na conquista, mais sangue pernambucano: o ponta Pampa.

NAS PISCINAS

As pernambucanas têm grande destaque na natação do País. Adriana Salazar foi a primeira a conquistar o índice e representar o Estado nas Olimpíadas de Seul, em 1988. Dezesseis anos depois, Joanna Maranhão, com 17 anos, cravou o melhor resultado da natação feminina em Jogos, com o quinto lugar nos 400m medley, em Atenas. Já na edição do Rio-2016, Etiene Medeiros conquistou o melhor resultado da seleção brasileira e, na condição de bicampeã mundial, está se preparando para ser a primeira brasileira a subir no pódio olímpico, nos 50m livre.