Jogo

Pedradas, pancadaria, morte, gols e festa

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Sentimentos antagônicos se misturaram hoje, na Ilha do Retiro, dia em que o Sport bateu o Bangu por 3×1 e comemorou a classificação para a final do módulo amarelo do Brasileiro. Ao final, invasão de gramado e muita dificuldade para a polícia conter os ânimos.

A guerra começou bem antes do jogo. Insuflados por declarações de jogadores e dirigentes de que o Sport havia sido roubado na derrota por 3×2, em Moça Bonita, os torcedores atiraram pedras e outros objetos contra a delegação rival na chegada à Ilha do Retiro.

Um dos atingidos foi o presidente de honra do Bangu. O bicheiro Castor de Andrade sofreu um corte na cabeça e precisou receber atendimento médico para assistir à partida. Os arremessos de objetos continuaram durante os 90 minutos. Tanto que o juiz José Assis Aragão ameaçou encerrar o confronto por falta de segurança.

Dentro do campo, na bola, a superioridade técnica do Sport foi inconteste. Aos 31 minutos de jogo, o atacante Nando Lambada já marcava o terceiro gol. Os dois primeiros foram feitos por Zico, logo aos três minutos, e Betão, aos dez.

O gol de honra do Bangu foi marcado por Marinho, a um minuto da etapa final. Mas o “protagonismo” foi mesmo do goleiro Gilmar, que, ao se desentender com um radialista local, deu início a uma guerra campal após o jogo. Torcedores e dirigentes invadiram o gramado. E a polícia conseguiu evitar uma tragédia.

O Sport espera agora a definição da outra semifinal, entre Guarani e Atlético-PR, para conhecer o seu adversário na final. Na fase de grupos, o Leão enfrentou os dois no Recife. Venceu o Guarani e empatou com o Furacão.

Gol da morte

A tensão no estádio foi tão grande que um torcedor morreu por causa de um infarto após o gol Zico. O economista José Alves Filho, de 44 anos, não resistiu e faleceu, justamente no dia de aniversário de uma das suas filhas, cujo nome não foi divulgado.

O clube prestou homenagem hasteando a bandeira a meio mastro. “Infelizmente houve esse acontecimento. Nada mais justo que levarmos a nossa solidariedade à família dele”, disse o vice-presidente do Sport, Luciano Bivar.

Mascote Rafa
Rafa (@rafa_de_leao)

Alô, turma da fuzarca! Bem-vindos a 1987. Sou Rafa, jornalista e rubro-negro. Minha missão aqui do passado é relatar em "tempo real", pra vocês que estão 30 anos na frente, a saga do Sport rumo ao título mais comemorado em linha reta da história do futebol. Viverei aqueles seis meses que terminaram em fevereiro de 1988 com Carnaval na Ilha do Retiro e taça das bolinhas na mão. As notícias, fotos e depoimentos são reais e têm como fonte os textos publicados pelo Jornal do Commercio na época. Foram reeditados e serão liberados dia a dia no especial obedecendo as datas das edições como se 87 fosse agora. Acompanhe a cobertura aqui e no twitter @rafa_de_leao. PST!