Silenciosa, é assim que a Ilha do Retiro permanecerá daqui para frente. Apesar de o Tribunal Especial ter mantido o
resultado do jogo Sport 3×1 Bangu, pelas semifinais do Brasileiro, no Recife, os juízes interditaram o estádio por causa dos arremessos de pedras e da confusão generalizada.
O resultado foi consumado por três votos a dois. O aperto na votação assustou os dirigentes rubro-negros. O grande ponto a favor dos pernambucanos foi o depoimento do árbitro José de Assis Aragão. Ao tribunal, ele não ressaltou acontecimentos fora do normal durante o confronto.
Curiosamente, Aragão havia sido arrolado pelo Bangu como testemunha de defesa na tentativa de ganhar os pontos do jogo e forçar a realização de nova final do módulo amarelo, envolvendo Bangu e Guarani.
“Não fui coagido por ninguém. E, dentro de campo, houve total segurança da polícia. A partida foi normal. Tanto que só houve um cartão amarelo. Os incidentes que aconteceram foram depois do jogo. Mas eu e os auxiliares saímos com tranquilidade”, relatou o árbitro.
Uma gravação da partida foi apesentada no tribunal com as cenas do pós-jogo, em que houve confusão entre jogadores, jornalistas e dirigentes. Isso pesou para a interdição da Ilha do Retiro e o pagamento de uma multa de 40 OTNs (índice de referência do Tesouro Nacional). O Sport ainda estuda se vai recorrer da interdição do estádio.
Sport x Guarani
Quanto ao julgamento da partida final do módulo amarelo, em que Sport e Guarani se autodeclararam campeões ao encerrarem as cobranças de pênalti em 11 a 11, o procurador do Tribunal Especial, Herman Seixal, entende que a partida foi realizada e que, portanto, não seria cabível a eliminação das duas equipes.
Mas defendeu que os pênaltis configuram uma outra decisão. Na visão dele, caberia então à CBF administrativamente ratificar o título duplo ou pedir para que as equipes voltassem a campo somente para terminar as cobranças de pênalti. Desta forma, aceleraria o julgamento do Tribunal Especial.