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A emboscada do Castor

O presidente da FPF com um curativo na cabeça após apanhar de seguranças de Castor de Andrade no Rio
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No Rio de Janeiro para acompanhar o julgamento do processo do Bangu pedindo o cancelamento da segunda partida das semifinais do módulo amarelo do Brasileiro, o presidente da Federação Pernambucana de Futebol (FPF) caiu em uma emboscada e foi espancado por seis homens do bicheiro Castor de Andrade, presidente de honra do clube carioca.

Fred Oliveira estava se encaminhando à sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) quando foi surpreendido por socos e pontapés. Ensanguentado, ele foi socorrido dentro do prédio da entidade. E o julgamento do processo contra o Sport foi adiado para o dia 16, três dias após o segundo jogo da final do módulo amarelo contra o Guarani, na Ilha.

Curiosamente, quem atendeu o dirigente pernambucano, que é delegado de polícia, foi o médico do Bangu Rubens Lopes. Ele estava no Tribunal Especial da CBF como testemunha de acusação sobre a guerra campal que ocorreu na Ilha do Retiro durante a vitória rubro-negra por 3×1, no dia 29 de novembro.

Fred estava acompanhado do vice-presidente do Sport, Adalberto Guerra. “Em um homem, não se bate. Um homem, se mata. E eu sou homem. Não sou nenhum cabra safado para levar porrada, na covardia. Estou ensanguentado, humilhado, desmoralizado… Não ficará assim. Estou acostumado a lidar com bandidos e sei como agir. Podem esperar que o troco será dado”, prometeu o presidente da FPF.

“Não sei nada. O que houve aqui, minha gente?”, ironizou Castor de Andrade ao chegar ao prédio da CBF e se deparar com a cena. Fred Oliveira já dava entrevistas à imprensa presente no quarto andar do prédio da CBF.

O vice-governador do Estado de Pernambuco, Carlos Wilson, cobrou a presença da Polícia Federal na proteção dos representantes do Sport no dia 16, nova data do julgamento. “O futebol brasileiro está sendo comandado por mafiosos”, acusou o político.

Wilson Santos, que compõe o corpo de advogados que defende o Sport, disse que havia recebido ameaças pelo telefone antes de viajar para o Rio de Janeiro. Aos 60 anos, o profissional revelou que um dos seguranças de Castor Andrade chegou a falar que ele só não apanhou porque era velho.

Quem admitiu ter se aproveitado da confusão para dar em Fred Oliveira foi o atual presidente de fachada do Bangu, Rui Esteves. “Dei nele para ele aprender a não chamar um homem de cabra safado, como fez em Pernambuco”, afirmou.

Fred finalizou dizendo que vai enviar representações ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva, ao Ministério da Justiça e à Fifa sobre os “acontecimentos terríveis que estão ocorrendo no futebol brasileiro”. E, sobre Castor de Andrade, garantiu: “Este é um assunto que será resolvido dentro da minha família. Só posso afirmar que não se bate em um homem, se mata”.

Mascote Rafa
Rafa (@rafa_de_leao)

Alô, turma da fuzarca! Bem-vindos a 1987. Sou Rafa, jornalista e rubro-negro. Minha missão aqui do passado é relatar em "tempo real", pra vocês que estão 30 anos na frente, a saga do Sport rumo ao título mais comemorado em linha reta da história do futebol. Viverei aqueles seis meses que terminaram em fevereiro de 1988 com Carnaval na Ilha do Retiro e taça das bolinhas na mão. As notícias, fotos e depoimentos são reais e têm como fonte os textos publicados pelo Jornal do Commercio na época. Foram reeditados e serão liberados dia a dia no especial obedecendo as datas das edições como se 87 fosse agora. Acompanhe a cobertura aqui e no twitter @rafa_de_leao. PST!