Jogo

De dar calo nos olhos

Rogério em um dos lances truncados do clássico nordestino
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“Foi a nossa pior partida no Campeonato Brasileiro”. Assim definiu o técnico Émerson Leão a vitória do Sport por 2×1 em cima do Ceará, na Ilha do Retiro, hoje, na estreia do returno do grupo D do módulo amarelo do nacional. Aos olhos do treinador, valeu pelo resultado e pela manutenção de nove jogos de invencibilidade.

Foram, a rigor, 18 minutos de bom futebol das duas equipes, no início do segundo tempo. Logo aos três, o ponta-direita Robertinho levantou a torcida abrindo o placar. Atrás, o Ceará partiu para cima e empatou ao 12, com Erasmo. Não deu tempo sequer de comemorar. Aos, 18, o lateral-esquerdo Zé Carlos Macaé fez o segundo do Leão.

Com o resultado a favor e sentindo que não se tratava de uma boa jornada, a equipe do Sport tratou de administrar o resultado, evitando ser surpreendida em contra-ataques. Levou a partida em banho-maria até o apito final do árbitro carioca Antônio de Paula e Silva.

O próximo confronto é diante do temido Bangu, em Moça Bonita, dentro de três dias. Temido menos pelo futebol apresentado – porque o Sport até agora é a equipe com melhores números do módulo amarelo – e mais pela influência do presidente do clube, o bicheiro Castor de Andrade, junto à Confederação Brasileira de Futebol.

Herói improvável

O segundo gol teve um gostinho especial. Zé Carlos Macaé é um atleta dedicado e passou a semana em tratamento intensivo para não ficar fora da partida. Dores em uma das panturrilhas ameaçaram a presença do lateral-esquerdo, dono de um chute forte.

“Estou recompensado. O gol chegou na hora certa. Chutei com raiva e com muita convicção”, comentou o jogador, agradecendo ao médico Romualdo Veras. “O doutor aqui incentiva bastante a gente. A vitória também é dele”. Na saída, a torcida gritou muito o nome de Macaé.

Classificado

O Sport já está nas semifinais do módulo amarelo por ter vencido o primeiro turno do grupo D. Joga o segundo turno para, se vencer, levar vantagem no mata-mata. O outro já classificado, vencendo o primeiro turno do grupo C foi o Atlético-PR.

Ficha

Sport – Flávio; Betão, Estavam, Marco Antônio e Zé Carlos Macaé; Rogério (Ademir Lobo), Ribamar e Zico; Robertinho, Nando Lambada e Neco (Edmilson). Técnico: Émerson Leão.

Ceará – Washington; Everaldo, Lucivando, Argeu e Paulo César (Bezerra); Flávio, Índio (Desmair) e Erasmo; Rudnei, Mauro e Vankes. Técnico: Moisés.

Mascote Rafa
Rafa (@rafa_de_leao)

Alô, turma da fuzarca! Bem-vindos a 1987. Sou Rafa, jornalista e rubro-negro. Minha missão aqui do passado é relatar em "tempo real", pra vocês que estão 30 anos na frente, a saga do Sport rumo ao título mais comemorado em linha reta da história do futebol. Viverei aqueles seis meses que terminaram em fevereiro de 1988 com Carnaval na Ilha do Retiro e taça das bolinhas na mão. As notícias, fotos e depoimentos são reais e têm como fonte os textos publicados pelo Jornal do Commercio na época. Foram reeditados e serão liberados dia a dia no especial obedecendo as datas das edições como se 87 fosse agora. Acompanhe a cobertura aqui e no twitter @rafa_de_leao. PST!