Desenhista da Marvel produz HQ sobre a Revolução de 1817

O pernambucano Thony Silas, que já desenhou Batman, Homem-Aranha e Demolidor, vai lançar a história em quadrinhos A Noiva

Por Diogo Guedes

Foi quase que por acaso que o quadrinista pernambucano Thony Silas, responsável por desenhar personagens como Batman, Homem-Aranha e Demolidor para a DC Comics e para a Marvel, entrou em contato com a história da Revolução Pernambucana de 1817. Por conta de um projeto para revitalizar os centros históricos de Pernambuco, travou contato com os romances A Noiva da Revolução e O General das Massas, ambos do jornalista Paulo Santos de Oliveira. Foi uma paixão imediata. O interesse pelo assunto foi tão grande que o desenhista resolveu transformar aquilo em quadrinhos e estrear sua produtora com a obra.

“Queria valorizar como milhares morreram pela liberdade. A minha geração acha que tudo veio pronto. Eu fico frustrado por não ter estudado isso na minha adolescência”,

O volume A Noiva, editado pela Ueon Productions, ganhou um pré-lançamento no dia 6 de março, celebrando o início das comemorações do bicentenário da Revolução de 1817. Com 28 páginas, a obra é a primeira de uma série com oito títulos que vai se desdobrar pelo Ciclo Revolucionário Pernambucano, que se inicia em 1817 e vai até a Revolução Praieira, em 1848. “Eu fiquei apaixonado pela história da Revolução. Quis produzir na hora não uma mera releitura história, mas uma adaptação própria, com um olhar poético”, comenta Thony Silas. Quem recriou a narrativa, livremente baseada no livro de Paulo Santos, foi o roteirista Eron Villar. “Além de desenhar, pude colorir e criar tudo. Tanto que usei uma paleta de cores adaptada ao nosso ambiente. E a paixão que eu coloquei em A Noiva não tem comparação com nenhum outro trabalho meu”, confessa Thony.

Representação do mapa do nordeste em 1817

As histórias de 1817 fascinaram Thony por dois motivos. Primeiro, porque incluem tramas como a do líder da revolução, Domingos Martins, que queria casar com Maria Teodora, mas era impedido pelo pai dela, um rico comerciante português. Com a Revolução dos Padres, o matrimônio pôde acontecer. “Isso poderia ter acontecido em qualquer lugar do mundo, interessa a todos”, explica o quadrinista.


O outro motivo é o fascínio com descobrir a riqueza da raiz pernambucana. “Queria valorizar como milhares morreram pela liberdade. A minha geração acha que tudo veio pronto. Eu fico frustrado por não ter estudado isso na minha adolescência”, comenta. 

COMIC CON

Após esse pré-lançamento, A Noiva vai ser apresentado oficialmente na Comic Con Experience, em abril. A ideia é levar o quadrinho também para fora do País. Além disso, no evento nerd, a Ueon Productions vai lançar também a HQ de ficção científica Reconnectors.


Outra HQ baseada em A Noiva da Revolução vai ser laçada pela Cepe Editora, ainda sem data anunciada – o roteiro é do próprio Paulo Santos e os desenhos são de Zenival.

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